Francisco

Com 68 anos de idade e 45 de internamento Francisco Costa ainda arranja força – ou raiva – dentro dele para protestar. Enquanto pôde ajudou a família na lavoura. Não conheceu a escola. Depois o pai deixou-o à porta do hospital a segui a um ataque de epilepsia. “Nunca mais fui para casa porque ninguém quis ficar responsável por mim”, arrasta as palavras. Sente-se abandonado. E foi.
“Depois de vir para aqui é que me ensinaram a ler e a escrever. Sei ler as letras de ‘empresa’”.
Entra no quarto simples, um armário, 3 camas de ferro, a mobília básica dos quartos dos doentes.
As paredes sem fotografias, sem imagens de familiares. Para quê?

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