ODE AO ACONCHEGO

bater as asas do desejo
com destino traçado
pelo azul de um céu,
nascido no ventre da ternura.
languidamente ergo
o meu aconchego alado
e plano sossegado,
sem fim no horizonte
que envolve o meu ninho.

um desejo carregado de vida.
em cada palavra um sopro.
em cada verso uma acometida.
em cada estrofe um mundo.
por cada momento, mais,
muito mais, do que um simples segundo.
a poesia tem horas que o tempo não marca.
o êxtase tem regras
que apenas respeitam ao frêmito.
nascem selvagens,
criam mandíbulas
que desfazem fronteiras.
nunca desfalecem,
apenas se aconchegam
para lá do cansaço,
onde o prazer vira lânguido repouso.

1 comentários:

Mia disse...

obrigado, querido amandio, pelo aconchego das tuas palavras...
sao lindas. é lindo o teu gostar, o teu pousar de maos, o teu olhar sincero e atento, o teu ser sereno e terno.

pouso em ti um beijo doce