Calo a custo as palavras que me falam de ti.
Agarro-as uma a uma, com todo o cuidado,
antes que se amontoem,
e reduzo-as a silêncio,
uma e outra vez.
Luís Ene
Eu sou o anjo do desespero. Das minhas mãos distribuo a embriaguês, a estupefacção, o esquecimento, gozo e tormento dos corpos. Meu discurso é o silêncio, meu canto o grito. À sombra das minhas asas mora o terror. Minha esperança é o último suspiro. Minha esperança é a primeira batalha. Eu sou a faca com que o morto arromba o seu caixão. Eu sou aquele que será. Meu descolar é a sublevação, meu céu o abismo de amanhã. [Heiner Müller]
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3 comentários:
Quantas vezes for necessário.
calo a minha boca.
grita,
sem falta de folego,
o meu coração!
quando as palavras falam mais que o silêncio eu escuto-as respondo-lhes.
Isto é poesia!
o cuidado da estética, o estudo das letras a simetria das palavras, as políssemias, a musicalidade e dizer pouco o muito.
Esta poesia mexe comigo.
agradeço ao Luís Ene este belo momento que me proporciou e ao mesmo tempo gostaria de convidar para membro da minha lista de poesia e crítica literária "Amantedasleituras".
http://blogdalista.blogspot.com
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