chuva...















É quando a chuva cai,
é quando olhado devagar que brilha o corpo.
Para dizê-lo a boca é muito pouco,
era preciso que também as mãos vissem esse brilho,
dele fizessem não só a música, mas a casa.
Todas as palavras falam desse lume,
sabem à pele dessa luz molhada.

Eugénio de Andrade

2 comentários:

oldmirror disse...

Porque é Eugénio que te empurra para mais perto e quase me deixa tocar. Porque é Eugénio que mais te desvenda e me mostra o que se esconde por trás da existência longínqua. Porque é Eugénio o actor de ti.

sinais-de-fumo.blogspot

Cecilia M disse...

Lindíssimas e profundas palavras do poeta e óptima escolha da imagem.