Calo-me aqui.
Fico mudo
No silêncio embasbacado
De quem acorda subitamente
E apanha com a vida já em plena corrida.
É ascendente o caminho
Que me leva ao abismo.
Cabra cega de ornamentos doirados que cego,
Não vejo.
Mas sigo.
A decadência é agora
Uma forma de vida.
Alternativa, dizem,
Desesperada, pensam.
Anarquista de sofá
Enregelado pela idade e pelas promessas
De ideais gastos.
Calo-me aqui.
Neste silêncio grotesco de impotência,
Neste luzir de gargalhadas,
Neste imenso mar de ignorância.
Calo-me aqui
autópsia de Carlos José Teixeira
1 comentários:
"Neste imenso mar de ignorância". Gostei sobretudo deste disfemismo de Portugal.
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