Mas não me preocupa ser desconhecido
No meio destes corpos quase contemporâneos,
Vivos de modo diferente do meu corpo
De terra louca que pugna por ser asa
E alcançar esse muro do espaço
Que separa os meus anos dos teus futuros.
Quero só o meu braço sobre outro braço amigo,
Que outros olhos partilhem o que olham os meus.
Embora não saibas com quanto amor procuro
Por esse abismo branco do tempo que virá
A sombra da tua alma, para dela aprender
A ordenar minha paixão por uma nova medida.

Luís Cernuda

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