Um dia tiveste a minha idade e tantas ou mais coisas
partidas do que eu. Um coração, o fecho de um colar de pérolas,
aqueles olhos vazios como o aquário verde no topo da estante,
demasiadas palavras armadas em metáforas. Coisas semelhantes
que mais tarde alguém tentou reparar. Tempo, amor e morte – sobretudo
os seus lugares vazios. 

E uma pele capaz de os alojar.

Inês Fonseca Santos 

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