A sua imagem no espelho é difusa: uma mancha apenas, sem contornos. Sem precisão, procura o próprio corpo com os dedos, ao acaso, apenas como que a certificar-se dele, a tomar conhecimento do calor tépido da pele, do estremecer involuntário dos ombros, da fuga dos lábios, e recorda-se... mesmo que só às vezes vagamente se recorde...


Maria Teresa Horta

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