pela rua que se estende ao infinito
como um punhal gelado vou pensando em ti
topando no basalto
Era uma vez
o terraço envidraçado onde
dançava muita gente e muita luz
e era um abismo em declive pela noite
do terraço à rua e da rua à noite

No olhar  a teia dos fios eléctricos
em baixo as calhas os tíbios lampiões
e a noite em cima cintilada e nua
No ouvir a música qualquer coisa longe
em teu sorriso
vi a blusa simples o teu ar tangível
frágil
como estávamos próximo e o tempo era breve
ali

Manuel de Castro


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