sótão:
era ali que o mundo começava.

Ainda não sabias, então,
quantas letras te seriam
necessárias para soletrar
o alfabeto dos dias, para encher
a tua caixa de música, a tua concha
de areia.

E ainda
o não sabes hoje.

Com cinza
nada se escreve a não ser
as vogais do silêncio.

E este
é o nome que se dá à ausência,
quando a noite e a poeira
dos astros pousam
sobre a ranhura dos olhos.

Albano Martins

1 comentários:

Joice disse...

" alfabeto dos dias"
" vogais do silêncio"

Não saí da minha cabeça essas expressões. Desculpe estou amando estar aqui hoje.