"Nesta vida – é um facto – estamos sempre a desaprender coisas novas. O mundo vai guardando a luz nas suas bainhas negras e temos a melindrosa companhia dos fantasmas que nos procuraram: eles governam rudemente os nossos pequenos reinos e há um ceptro novo para cada coroação. De repente, com a volta das estações, damos por nós muito mais velhos nas fotografias. As razões que nos assistiam empalidecem em paisagens cruelmente coagidas pela luz. Fomos expulsos dos grandes palácios da alegria? Onde estão os mapas que nos guiavam lá dentro, exactos como o instinto? Não sabemos responder: o caminho turva-se: são as incertezas da maturidade. As palavras não nos iluminam e o amor está condenado aos defeitos naturais do coração, que ainda assim há-de voltar a arder sem defesa nem socorro uma vez mais."

3 comentários:

Joaquim Amândio Santos disse...

para que a negritude não o consuma, escondo terno o meu arco-
íris nas nuvens de algodão doce.
por lá me deleito sem prestar contas ao tempo.

BlueShell disse...

Tens razão...e isso provoca-me alguma angústia.
Mas gostei de ler (como gosto sempre).
BShell

suruka disse...

Socorro
estamos a desaprender coisas novas.

Bom para reflectir.