I
todos os meus gritos ao mundo são depositados num único pio de mocho.
e é o seu olhar penetrante que carrega a plena certeza de que esta minha noite - só esta - transporta a sina da eternidade.
II
dizem-me que a felicidade sussurrou por ai que me esperava mesmo debaixo de um lençol de chuva. num daqueles dias em que cada gota transporta um favo de mel. será seiva de vida para decorar a gula feliz dos meus lábios, em cada segundo da aventura erguida no calcorrear dos teus.
III
e que eu esteja envolto no turbilhão nascido da conversa das pétalas, enquanto abandonam o caule, sedentas da viagem alada, quando planam ao encontro de uma dança com a terra, onde a sua morte será o sacrifício para o nascimento do meu húmus.
estarei de volta, num erguer firme, sólido no odor da minha nova flor.
3 comentários:
Sempre absolutamente fantástico!
As palavras também transportam favos de mel, e estas ganham a eternidade pelo doce significado que oferecem aos olhos que esmagam o pio de mochos voláteis...:)
...vamos agora.
/uma vez mais!!/
falar do mel.
/um dia destes.
um destes dias.../
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