Trago na palma da mão a luz diurna: e a ferida no flanco.
O meu deus, o meu demónio, respira fundo e alto.
Ela, a minha múltipla companheira, é uma coluna silenciosa e ardente.
A luz sela esta aliança entre o sopro e a matéria e uma voz se eleva nos barcos do silêncio
António Ramos Rosa
O meu deus, o meu demónio, respira fundo e alto.
Ela, a minha múltipla companheira, é uma coluna silenciosa e ardente.
A luz sela esta aliança entre o sopro e a matéria e uma voz se eleva nos barcos do silêncio
António Ramos Rosa
A noite nova é como uma asa sobre as tuas açoteias.
Jorge Luís Borges
de ti
receberia o chão que me faltava
e dava-te,
punha-te janelas no coração
como pudemos ter falhado?
gil t. sousa
nos cofres, trancados até o nosso fim.
E por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira.
Hilda Hilst
entre os quintais. O mundo estava aninhado
sob o tecto dos teus sentidos, recuava
à posição pouco óbvia
de um jardim.
Vinhas com o tempo certo sobre
as silvas, já punhas o amor a arder
nos canteiros. Não valia a pena explicar
uma coisa tão rara.
Rui Pires Cabral
Ouve, tu que não existes em nenhum céu:
Estou farto de escavar nos olhos
abismos de ternura
onde cabem todos menos eu.
Estou farto de palavras de perdão
que me ferem a boca
dum frio de lágrimas quentes de punhal.
dum frio de lágrimas quentes de punhal.
Estou farto desta dor inútil
de chorar por mim nos outros.
Eu que nem sequer tenho a coragem de escrever
os versos que me fazem doer.
José Gomes Ferreira
Subscrever:
Mensagens (Atom)