"Escreves-me cartas, sou o destinatário da tua solidão. E sempre compreendo tudo, mesmo o que não dizes, o que tinge as entrelinhas de um branco desespero que é tanto teu como meu. Não tens quem te salve, envelheceste, trataste ma lde um jardim que não chegou a vingar. Se nos cruzássemos nas ruas desta cidade entre desconhecidos de toda a sorte, talvez nos sentássemos a falar da nossa vida, isto é,de como vamos ficando cada vez mais orfãos de nós próprios."


"Não tinhas nome.

Existias como um eco do silêncio.

Eras talvez uma pergunta do vento."

foto roubada aqui

" Estamos sós, tão sós, e vamo-nos matando um ao outro, em silêncio. "





"ele disse: acredito na paixão inocente, naquela que se pode viver em segredo, que não magoa mais do que a nós próprios que a sentimos.

ela disse: às vezes penso que o destino cruza caminhos em tempos errados. desejamos pessoas nos tempos errados. sentimos saudades quando já é tarde.


ele disse: talvez porque precisamos de ser avisados constantemente que podemos mudar de trajectória.

ela disse: talvez porque mesmo que sentados aqui, para sempre, possamos acreditar que podíamos estar em outro lugar, e sermos completamente diferentes."


Dos nossos corpos,
ficavas ali,
tocando-me, despindo-me
e vestindo-me de flores...

olhando-me como se nada entendesses de mim...

Alexandre Monteiro